26/05/2010 – Cresce número de roubo a estepes no interior de São Paulo

O estepe só é necessário em situações de emergência. Por isso costuma ficar escondido debaixo do veículo. Ainda assim é alvo fácil para os criminosos.

As vendas de veículos novos explodiram. O furto de estepe acompanhou esse aumento em várias cidades brasileiras. Em Campinas, interior de São Paulo, um posto de serviço registrou esse ano um aumento de 40% na venda de pneus para substituição ao estepe roubado.

“A demanda é muito alta, nós temos uma média de três clientes por dia por causa de furto de estepe”, calcula o vendedor Fabio Urbano Giungi Silva.

Não existem estatísticas oficiais sobre esse tipo de crime. Muita gente nem registra boletim de ocorrência, o que dificulta o trabalho da polícia. Mas o fato é que o furto de estepe faz muitas vítimas inclusive quando a segurança do veículo é cobrada. Nem nos estacionamentos o motorista pode ficar tranquilo.

A aposentada Odete Bertucci deixou o veículo em um estacionamento. O pneu foi trocado por outro, completamente careca: “Só pode ter sido no estacionamento, porque antes estava normal. Eles não levaram o pneu porque o estepe estava remendado”.

De acordo com a polícia, na maioria das vezes, o estepe furtado é vendido como produto novo no mercado clandestino.

“Adquirir um pneu sem nota fiscal e com preço bem abaixo do mercado é um indicativo de que ele tem uma origem ilícita. Poderá estar incorrendo em um crime de receptação”, alerta Carlos Fernandes.

O comerciante Fernando Pinho tem uma caminhonete. Vítima desse tipo de crime, teve um prejuízo de quase R$ 1 mil: “Eu estava em um bar e quando voltei, rodei alguns metros e percebi um barulho, era o suporte batendo no chão”.

No carro dele e do filho foram colocados cadeados e correntes para prender a roda ao suporte.

“Talvez dificulte mais, mas geralmente quando alguém vai roubar não é só o cadeado e a corrente que vão dificultar. Eles vão preparados para cortar corrente também. Eu acho que isso aí não vai impedir muito não”, admite o comerciante.

Fonte: Globo – Bom Dia Brasil